Fundos imobiliários de papel x fundos de tijolo: qual a diferença?
Os fundos imobiliários (FIIs) vêm se consolidando como uma das principais alternativas para quem busca renda passiva mensal e diversificação na Bolsa de Valores. No entanto, ao começar a estudar esse mercado, é comum surgir a dúvida: qual a diferença entre fundos imobiliários de papel e fundos de tijolo? Apesar de ambos fazerem parte do mesmo segmento, eles funcionam de formas bastante distintas e respondem de maneira diferente às mudanças da economia.
Neste artigo completo, você vai entender em detalhes o que são os fundos de papel e os fundos de tijolo, como cada um gera renda, quais são seus riscos, vantagens e em quais cenários cada tipo tende a ser mais interessante para o investidor.
O que são fundos imobiliários de tijolo?
Os fundos imobiliários de tijolo investem diretamente em imóveis físicos, o fundo é o proprietário desses bens. Esses imóveis são alugados para empresas ou instituições, e o valor recebido com os aluguéis é distribuído aos cotistas na forma de dividendos, geralmente de maneira mensal. os FIIs são obrigados por lei a pagar 95% dos seus lucros para seus cotistas.
Esse tipo de fundo está diretamente ligado ao mercado imobiliário tradicional, sendo impactado por fatores como demanda por imóveis, localização, qualidade do ativo e saúde financeira dos inquilinos.
Principais tipos de imóveis nos FIIs de tijolo
Os fundos de tijolo podem investir em diferentes segmentos, como:
. Terras agrícolas;
. Galpões logísticos e centros de distribuição;
. Shoppings centers;
. Lajes corporativas (prédios comerciais e escritórios);
. Hospitais e clínicas;
. Agências bancárias e imóveis educacionais;
Vantagens dos fundos de tijolo
Entre os principais pontos positivos dos FIIs de tijolo, destacam-se:
. Renda atrelada a ativos reais, o que traz maior tangibilidade ao investimento;
. Contratos de aluguel reajustados pela inflação, como IPCA e IGP-M, ajudando a preservar o poder de compra; e geralmente são contratos atípicos;
. Potencial de valorização dos imóveis ao longo do tempo; FII pode vender o imóvel e repassar o lucro para seus cotistas;
. Maior previsibilidade de receitas quando os contratos são longos e com bons inquilinos.
Riscos dos fundos de tijolo
Apesar das vantagens, esses fundos também apresentam riscos importantes:
. Vacância física e financeira; FÍSICA: quando o imóvel fica sem inquilino; FINANCEIRA: o inquilino não está pagando o aluguel;
. Renegociação ou rescisão de contratos de aluguel; geralmente os inquilinos tem que comunicar o fundo que ele estará saindo do imóvel caso contrário irá ter que pagar uma multa, está no contrato;
. Custos de manutenção, reformas e adaptação dos imóveis;
. Dependência do ciclo econômico e do mercado imobiliário. Como: a taxa de juros
O que são fundos imobiliários de papel?
Os fundos imobiliários de papel não investem diretamente em imóveis físicos. Em vez disso, aplicam seus recursos em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário, sendo o principal deles os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Indexados ao CDI, IPCA, IGP-M, entre outros.
Na prática, esses fundos funcionam como financiadores de projetos imobiliários. Eles emprestam dinheiro para incorporadoras, construtoras ou empresas do setor e recebem juros em troca. Esses juros são a base dos dividendos pagos aos cotistas.
Principais ativos dos fundos de papel
Os FIIs de papel costumam investir em:
. CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários); mais comum;
. LCIs (Letras de Crédito Imobiliário);
. LHs (Letras Hipotecárias);
. Outros títulos relacionados ao crédito imobiliário.
Vantagens dos fundos de papel
Os principais benefícios desse tipo de fundo incluem:
. Rendimentos mais previsíveis, pois os contratos de crédito já definem taxas e prazos;
. Ausência de risco de vacância física, já que não há imóveis físicos;
. Boa proteção contra inflação e juros, dependendo do indexador do CRI;
. Distribuição de dividendos geralmente mais estável no curto prazo.
Riscos dos fundos de papel
Por outro lado, os FIIs de papel também possuem riscos específicos:
. Risco de crédito, que é a possibilidade de inadimplência do devedor; no caso não pagar à dívida comprometendo o pagamento dado aos cotistas;
. Sensibilidade às variações da taxa de juros; se a SELIC baixar irá pagar menos e se aumentar paga mais;
. Dependência da qualidade da gestão e da análise de crédito feita pelo fundo;
. Concentração excessiva em poucos devedores ou setores.
Principais diferenças entre fundos de papel e fundos de tijolo
| Características | Fundos de Tijolo | Fundos de Papel
| Tipo de investimento | Imóveis físicos | Títulos imobiliários
| Fonte de renda | Aluguéis | Juros de CRIs
| Vacância | Existe | Não existe
| Risco principal | Falta de inquilino | Inadimplência
| Sensibilidade aos juros | Menor | Maior
| Relação com inflação | Reajuste de contratos | Indexadores do crédito
Qual faz mais sentido para o investidor?
Não existe um fundo melhor de forma absoluta. A escolha entre fundos de papel e fundos de tijolo depende do perfil do investidor, do objetivo financeiro, do cenário econômico e você analisar os FIIs e comparar qual é o melhor de acordo com a sua análise.
Em momentos de juros altos como está atualmente, os fundos de papel costumam se destacar, pois muitos CRIs são indexados ao CDI ou à inflação pagando uma rentabilidade maior que os de tijolos, entretanto os FIIs de tijolos estão mais descontados por conta da SELIC alta.
Em períodos de crescimento econômico e estabilidade, os fundos de tijolo tendem a se beneficiar com maior ocupação dos imóveis e valorização patrimonial. Além de pagar os aluguéis(corrigidos anualmente de acordo com a inflação) os FIIs de tijolos vendem seus imóveis e pagam aos seus cotistas(lembrando que 95% dos lucros dos FIIs são obrigatoriamente repassados aos seus cotistas).
Por isso, muitos investidores optam por combinar os dois tipos de fundos na carteira, buscando equilíbrio entre previsibilidade de renda, proteção contra inflação e potencial de valorização.
Conclusão
Entender a diferença entre fundos imobiliários de papel e fundos de tijolo é fundamental para investir de forma consciente em FIIs. Cada categoria possui características próprias, riscos específicos e vantagens que podem ser exploradas de acordo com a estratégia do investidor.
Antes de investir, é essencial analisar o regulamento do fundo, a qualidade da gestão, os relatórios gerenciais e, principalmente, alinhar o investimento aos seus objetivos financeiros. Fundos imobiliários são excelentes para ter fluxo de caixa, se no mês você investe R$200,00, mas ganha R$30,00 com FIIs você estará investindo R$230,00 por mês, se reinvestir os dividendos.
Aviso: Este conteúdo tem caráter educativo e não constitui recomendação de investimento.






